terça-feira, 8 de março de 2016

Su'realismo

I

Com que olhar se passa
O que não se passa ao ver?
Por que não vês que me arrasa?
Ah, e nem te posso dizer.

Mas não existe pretensão alguma.
Nem pretendo que se venha a ter.
Ainda que não se sinta nenhuma,
Sente-se que existe sem pretender.

Ah, ilusão do olhar e ser...
Como imagino e me iludo ainda.
É por curiosidade, pelo que faz parecer.
O que não existe por certo não finda.

Mas há, basta saber.
Foi de viver e sentir.
N’um momento, sem compreender,
Perder-me em ver e sorrir.

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