domingo, 19 de fevereiro de 2017

Aurora

II

Guardo algo que não sei guardar.
Tenho algo que não sei ter.
Na guerra entre seguir e tentar,
Não quero paz, quero meu ser.

Em frases extensas e pensamentos longos,
Na essência de alguém que sente mais que tem,
Penso e repenso. Revejo os pontos.
Sou tudo e nada. Alguém sem ninguém.

O que vês é o que vejo.
O que falas é o que falo.
Agora soa distante de tudo que ansejo.
Invisível e surdo. Faço-me cego e me calo.

Sem pressa vira o amanhã,
Repetem-se o olhar e a suspeita.
Será o sol ou a vilã?
Conheço a sombra que espreita?

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